quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

FIM DE FÉRIAS

Pronto para recomeçar os trabalhos!

Último dia de férias. No recife, muito calor. Mas vale a pena por estar com os confrades seminaristas.
Hora do almoço. Não pude deixar de sentir intensamente o gosto do feijão nordestino. Comentei com os comensais ao lado da falta que sinto de um feijão temperado com abóbora, cenouras, coentro, chuchu... Feijão para mim é tudo na hora da principal refeição do dia.
Recebi a ajuda generosa do Ruberlan que levou-me ao aeroporto. O voo decolou com uma hora de atraso. Em São Paulo, tempo bom clima agradável. A megalópole como sempre agitada e convidativa. Mas preciso avançar, como só consegui passagem para às 23h40m, aproveitei para continuar a leitura do livro “O Poder terapêutico da Música” (Rendall McClellan). Para quem deseja descobrir a poder da cura pela música, aí está uma das obras clássicas.
Pois bem, estou sentado numa das poltronas do Terminal Rodoviário Tietê, aguardando a hora de viajar. Quero finalizar este diário de férias expressando o meu sentimento de agradecimento a Deus pelas horas de descanso, pelos encontros transformadores, pelos sorrisos revigorantes, pelos retornos existenciais, pelas andanças felizes, pela Graça recebida durante estes dez dias. Que em tudo, Deus seja louvado. E assim deu-se o décimo dia das minhas férias e elas se foram. Aguardo outros no meio do ano. E agora, vejo que tudo foi bom, Deus permitiu-me chegar até aqui. Obrigado, meu Deus!
Quarta-feira, 03 de fevereiro de 2016.

Mas, vale a pena lembrar:


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

FÉRIAS, NONO DIA

Bolsa, prostíbulo, abuso e prostituição
Penúltimo dia de férias, já vem aqueles sentimentos de que algo bom está acabando. Aí a gente abre o e-mail de trabalho e vê que muita coisa me espera. Mas, vamos com calma, ainda faltam 48 horas para viajar sem preocupações.
Conversando com alguns confrades durante o “aperitivo” (um momento instituído pela tradição dos religiosos para convivência fraternal entre os padres e irmãos antes do almoço), um deles falou que o mundo está temendo a baixa da Bolsa de Valores na China. Comentei: isso chama-se PROSTITUIÇÃO CONSENTIDA. “abuso sexual” na wikipedia: é a atividade sexual não desejada, onde o agressor usa a força, faz ameaças ou exclui vantagens da vítima que se torna incapaz de negar consentimento. O abuso sexual se dá quando alguém em uma posição de poder ou de autoridade se aproveita da confiança e do respeito de uma pessoa para envolvê-la em atividades sexuais não consentidas, por exemplo: uma criança e um adulto, uma criança e uma criança mais velha, um paciente e um médico, um estudante e um professor etc.
Os pobres são obrigados a manter o prazer e o bom humor dos ricos para que eles não se desgostem e não parem de apostar na economia.
Aí, entra uma cafetina chamada imprensa, paga para ser a ponte ou o palco da orgia, porque os ricos não podem viver sem se mostrar nesse prostíbulo. O diferencial é que esse bordel chamado mercado é movimentado através do abuso. Para entender isso, basta ver a definição de
Dá para entender a analogia? Bolsa de Valores é o termo educado ou civilizado que define o bordel dos prazeres dos ricos que se regalam nas orgias do dinheiro, abusando de milhões de pessoas ao redor do mundo. Violência, ganância, abuso, servidão. E a política sempre foi cliente e sócio da luxuosa “casa da luz vermelha”. Sócio minoritário é claro, porque quando a Bolsa quiser afundar um país, ela o faz em menos de vinte e quatro horas e não pede licença.
Não amigos, não termino as férias pessimista. Estou feliz!
Assim, após o almoço, dirigi-me para o Recife, via João Pessoa. “
E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me chegar até aqui. E deu-se o nono dia das minhas férias.
Terça-feira, 02 de fevereiro de 2016, encerramento do ano da Vida Religiosa.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

FÉRIAS, OITAVO DIA

Celebração e reencontros na Paraíba
Nessas férias pude ver alguns filmes: “O Quinto Mandamento”, “Papa Francisco, o Papa de todos”, “2012”, “Piranhas” e “Que Horas ela volta?”. Este último foi o melhor. Indico a sessão porque trata-se de uma situação atual, fruto das mudanças dos últimos tempos em nosso país.
Mas, hoje, segunda-feira, saí de Garanhuns e fui para Campina Grande, na Paraíba. Participei à noite da celebração dos Votos dos Noviços. Celebração muito bonita, emocionante. Sempre me toca ver a emoção de quem sente-se fechando uma etapa e iniciando outra porque sente-se chamado ás “coisas do alto”. Tácio, Elisvaldo, Leandro e Alessandro reafirmaram publicamente que desejam viver a vida como homens ousados, fazendo de suas atitudes ações de Jesus Cristo Redentor, com gestos que redimem, recupera, resgata, levanta, devolve a esperança, ressuscita, retoma a vida dos que estão “à sombra da morte”. Fizeram assim, o votos de Castidade, Pobreza e Obediência.
Depois de tudo, uma bela recepção nos possibilitou o reencontro com tanta gente boa! Um momento da Graça! “E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o oitavo dia das minhas férias.

Segunda-feira, 01 de fevereiro de 2016.

FÉRIAS, SÉTIMO DIA

Colhendo sorrisos e abraços
Domingo, dia de ir pra missa. Presidi a celebração das 19h30m na Matriz de Garanhuns. Uma emoção estar diante daquele povo. Muitas fisionomias mudadas, gente nova que cresceu e me surpreendeu. O abraço de tanta gente trouxe-me nova esperança. Bom voltar onde vivi e perceber que a reação daquela gente é reflexo das marcas anteriores, do trabalho árduo feito no quotidiano. As coisas grandes e significativas da vida são feitas no gemido da “mesmice” do dia-a-dia. E só no futuro podemos colher os sorrisos e abraços como confirmação do bem que fizemos.
O restante do dia foi preguiçoso, bem como estou desejando, afinal estou de férias e tenho a graça de ter ao meu dispor uma comunidade de irmãos que me amam e posso ficar ali hibernando para depois retornar ao trabalho. Foi um domingo restaurador. “E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o sétimo dia das minhas férias.

Domingo, 31 de janeiro de 2016.


MOMENTOS DA MISSA



FÉRIAS, SEXTO DIA

Saindo da casa da mãe.
Hoje é sábado. Acordei cedo, tomei café que seu Antônio preparou. Minha mãe, enquanto esperávamos o ônibus, dizia-me para não ir hoje, mas noutro dia. Expliquei-lhe que a passagem já está comprada. Ela não reagiu, o estágio do Alzheimer não a faz mais sofrer com problemas emotivos. Despedi—me de minha mãe às 7h, entrei no micro-ônibus e rumei para Palmeira dos Índios. Nessa hora o coração sempre sangra um pouco, com uma dor permanente.
De Palmeira dos Índios, à Garanhuns para a ordenação do Diác. Douglas Gonçalves. Aconteceu na paróquia do Perpétuo Socorro, uma celebração emocionante. O rapaz ordenado é muito querido pelo povo e pelo clero. Povo humilde, coração enriquecido, alma feliz. Dois bispos presentes (Dom José Luiz Salle, Bispo ordenante e Dom Paulo, Bispo diocesano de Garanhuns). Nesta ocasião, reencontrei meus ex-formandos Galber, Hugo, Fr. Júlio, Ismael.
Fechamos o dia na belíssima Recepção da ordenação. Muito bom rever tanta gente vinda de longe que marcou a memória do meu coração. Campina Grande, Recife, Arapiraca, Garanhuns, Fortaleza... Por onde andamos deixamos rastros. Parece que muitos que deixei foram bons. Colhi hoje alguns deles. Graças à Graça de Deus, Jesus Cristo, que me deu prumo na vida!
Frase de hoje na ordenação do agora Pe. Douglas, provérbio popular nordestino: “Carro de boi que não geme, não é bom”. “E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o sexto dia das minhas férias.

Sábado, 30 de janeiro de 2016.




FÉRIAS, QUINTO DIA

Ultimo dia em casa.
Dia movimentado. Visita ao pároco Pe. Wendell e Pe. Antônio seu vigário na Paróquia de Palmeira dos Índios. Visitei também minha tia Iolanda, recuperando-se milagrosamente de um AVC. Sorridente, feliz como sempre. Fiz questão de ir vê-la, pois esteve ao lado de minha mãe quando de minha ordenação diaconal em Aparecida. Mulher forte!
Almocei com minha irmã, Sueli e sua família em Quebrangulo. E à tarde, voltamos debaixo de muita chuva, um encanto para todo o povo do agreste.
À noite, como todos os dias, rezamos o Terço com minha mãe, Almir e Seu Antônio. “E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o quinto dia das minhas férias.

Sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

FÉRIAS, QUARTO DIA

Conectado por desconectar-me
Dia ensolarado, com ventos fortes mas muito agradável. Andei um pouco na roça, fiz um pouco do caminho que servia como acesso para buscar água.
Éramos crianças, saíamos de manhã e à tarde para o açude do tio José Pequeno para providenciar a água essencial para os afazeres domésticos. Lembrei-me de quando plantava feijão com meu pai, do perigo de uma enorme cobra que o rondava certo dia, das brigas com minhas irmãs no caminho do açude, da lavagem de roupas, do dia em que quase morri afogado...
À noite, chegaram minhas irmãs cunhado e sobrinhas e fomos para a missa de nove anos da morte do meu pai e 21 anos de casamento da minha irmã. Na igreja havia em torno de 80 pessoas. O povo estava feliz.
De volta para casa, fizemos a bênção da nova casa. Que seja abençoada, um lugar que acolhe Jesus na pessoa de quem chegar.
Nesses dias estou sem celular. Quebrou-se!
Estou feliz sem ele e não alterei minha rotina nem minha vida pela falta dele. A roça é um grande convite a desconectar-se do que está longe e ligar-se ao que vivemos no presente, na simplicidade dos acontecimentos do “agora”. Isto traz qualidade de vida, serenidade, reflexão, descanso. Estar sem o Iphone é uma bênção. Bom com ele, melhor sem ele! “E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o quarto dia das minhas férias.

Quinta-feira, 28 de janeiro de 2016.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

FÉRIAS, TERCEIRO DIA

Em casa, com a mãe
Amanheci em casa. Uma casa nova. É que o minha mãe não mora mais na casa antiga. Ela queria uma casa nova. Conseguiu construir ao lado da outra.
Ela está feliz, ao lado do seu velho, seu Antônio. Mas ela sofre do mal de Alzheimer e percebo que a cada seis meses a evolução se acelera. Em de 2015 já se percebia o problema, hoje ela já não sabe o meu nome e quando perguntada, diz que sou seu irmão. Reconhece por fotos algumas pessoas mais próximas, mas outras não. Vive o tempo todo calada, pouco se expressa, em tudo precisa ser conduzida. Ainda bem que a Eleide, “mulher de fibra”, cuida da casa e dos dois idosos com muita disposição e carinho.
Manga, caju, jaca, frutas da região. O paladar faz as reminiscências da infância. Ah, não precisaria voltar todo o passado, mas alguns momentos da antiguidade que vivi eu os recupero com prazer quando sinto o gosto ode coisas que jamais encontraria noutro lugar. Acho que vou engordar ou ampliar a barriga m poucos dias.
Terceiro dia de férias: reencontro dom o Zezinho, conheci o Almir, revi a Aparecida, o Luciano, a Rita. Programei missa para amanhã á noite. Por enquanto aqui, “sombra e água fresca”.
“E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o terceiro dia das minhas férias.

Quarta-feira, 27 de janeiro de 2016.

FÉRIAS, SEGUNDO DIA

Entre Pernambuco e Alagoas
Uma constatação interessante. Saí do Recife às 13h rumo a Palmeira dos Índios em Alagoas. Sol intenso, calor de 40 graus. Um carro de condução alternativa veio buscar-me no “Convento da Madalena” (como é chamada a comunidade redentorista do bairro Madalena no Recife). Passando por alguns municípios como Gravatá, Bezerros, Caruarú, São Caetano, Lajedo... pude perceber uma grande diferença na paisagem: muitas empresas novas se instalando, construções surgindo, casas populares sendo erguidas, não há por aqui uma cena que indique crise econômica no país. Desenvolvimento é o que se pode sentir. Mas entre o que se vê e a realidade pode haver um grandioso abismo.

Passando por Garanhuns, cheguei à divisa dos Estados de Pernambuco e Alagoas. Mesmo numa sprinter de condução alternativa, fui seduzido por um pôr-do-sol de rara beleza. E percebi que as chuvas que tinham banhado o Estado de Pernambuco e devolvido o verde-louro nas paisagens do agreste, não tinham chegado ao meu Estado de Alagoas. Aqui está mais seco, embora a estiagem não seja severa. Enfim, cheguei à “Princesa do Agreste”, cidade que já foi governada por Graciliano Ramos e que deu à arte teatral o grande Jofre Soares. Às 18h cheguei à nova casa da minha mãe. Acolhido na simplicidade do seio materno, após uma sopa nordestina (nada parecida com a sopa do Sudeste sem coentro), fecho o dia com a tradicional reza do terço.
Sinto-me em paz, voltando às memórias da infância. Cada espaço, cada árvore e até o vento soprando forte evocam situações vividas no passado mais distante. Estou em Serra da Mandioca, onde fui plantado, gestado, parido, nutrido, amado, enviado. “E Deus viu que tudo era bom”, permitiu-me viver até aqui. E deu-se o segundo dia das minhas férias.

Terça-feira, 26 de janeiro de 2016.
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