sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

POLÍTICA, POLÍTICOS, IMPEACHMENT!

A oposição política do Brasil será a única responsável pelas consequências desastrosas dos rumos do país no futuro. Se de fato eles tivessem razão sobre as acusações que fazem ao atual governo, teriam a sabedoria de construir uma via saudável e honesta para ganharem as eleições em 2018. Isso sim, seria uma atitude louvável, de quem demonstra força pela inteligência. Como não são intelectualmente honestos e, impulsionados pela raiva da derrota eleitoral, chafurdam  nos erros e deslizes do governo e querem acabar com tudo aquilo que trouxe melhoras ao país.
Escrevam aí: se no final do processo o impeachment for aprovado no Congresso, teremos dias de trevas nesse país. O Brasil ficará dividido, haverá lutas incomensuráveis em todos os níveis e o que ainda temos de respeito e potencial econômico será um fracasso.
Outra coisa: se a Comissão que será instalada para avaliar o pedido de impeachment aprovar o parecer que deverá ser votado, pode acreditar: vai ter muitos parlamentares recebendo muito dinheiro para aprovar o impeachment. Quem vai pagar? Muitas empresas de comunicação, multinacionais americanas e muitas outras empresas brasileiras que irão lucrar com as eleições seguintes.
Não apoio nem dou credibilidade aqueles que vencem com o instrumental do ódio, da vingança, da violência e da desonestidade. Quer vencer na política? Faça diferente, seja inteligente.
Por fim, é bom falar: a oposição não está interessada em recompor o país, em colocar o Brasil nos trilhos do crescimento: o desejo mais imediato que se lê nos olhos e nos movimentos dos que fazem oposição política no Brasil é INVEJA e VINGANÇA. De que? Inveja de um governo que, com criatividade tirou milhões de pessoas da miséria; vingança do governo que lhes tirou as facilidades de receberem muito dinheiro da corrupção; e o pior: VINGANÇA CONTRA O POVO QUE NÃO OS ELEGEU. Para mim isso é muito claro.
Não estou defendendo os desmandos e erros do governo na condução do país, pois há sérios problemas que não podemos aceitar, mas quem tem o mínimo de juízo sabe que existem muitos interesses escusos por detrás do pedido de impeachment. Somos responsáveis pelos nossos atos, colheremos os frutos das nossas opções. Se agirmos com prudência, honestidade e sabedoria, teremos os frutos do que plantarmos. Do contrário, teremos um futuro sombrio.
Não precisamos mudar de partido nem para a esquerda nem para a direita, precisamos corrigir as motivações pelas quais agem os políticos sem vergonha que posam de defensores da Democracia e, em coluio querem derrubar o Governo, como se eles fossem pessoas honestas. "Plantar batatas"...!
E vale dizer: não é inteligente ter nojo de politica, afinal ela está presente em nossa vida desde quando  fomos fecundados no ventre de nossas mães e estará orientando o nosso destino até depois de nossa morte. "Ruim com ela, pior sem ela". Portanto, façamos a nossa parte e não sejamos "maria-vai-com-as-outras". Raiva, ódio, vingança, violência verbal, são coisas de quem não tem inteligência suficiente para viver em sociedade e ajudar o mundo a ser melhor. E o mundo está cheio dessa gente que não aprendeu que política é a oportunidade de melhorar o mundo e a vida das pessoas. Como também está cheio de "políticos" aproveitando para enriquecer-se nos mecanismos corruptos da política, como se ninguém soubesse.
Eu heim...!

terça-feira, 3 de março de 2015

"O caso HSBC é só a ponta do iceberg"

“A Suíça é o principal local de lavagem de dinheiro do nosso planeta, o local de reciclagem dos lucros da morte.” O alerta bem que poderia ter sido feito pelas fontes que revelaram os segredos das 100 mil contas do banco HSBC na Suíça, o que criou um terremoto mundial. Mas, na verdade, a frase já foi dita há 25 anos na primeira página de um livro que já revelava tudo o que se vê agora.
 A entrevista é de Jamil Chade, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 01-03-2015.
 Em A Suíça Lava Mais Branco, o suíço Jean Ziegler escancarava um cenário muito diferente da imagem que o país tentava transmitir ao mundo. Hoje, diante das provas do que ele mesmo já dizia, seu sentimento é de que o “tempo lhe garantiu justiça”. Mas, ele mesmo avisa: o HSBC é apenas a ponta do iceberg de um sistema inteiro de fraude. Provocador, Ziegler questiona como um país sem recursos naturais como a Suíça se transformou em um dos mais ricos do mundo. “Aqui, a matéria-prima se chama dinheiro estrangeiro”, disse.
 Em 1990, quando o livro saiu, Ziegler era membro do Parlamento Suíço. Em menos de um ano, seu livro foi alvo de nove processos legais e até hoje ele paga a multa de US$ 6 milhões que recebeu. Ziegler, hoje com 80 anos, O escritor foi acusado como “traidor” pelos demais políticos, sua imunidade parlamentar foi retirada, perdeu sua casa, foi atacado pela imprensa e diz ter sido até ameaçado de morte. A poderosa Associação dos Bancos Suíços rejeitou as acusações na época e garantiu que o sigilo bancário “não protegia criminosos”.
 Eis a entrevista.
 Um quarto de século depois que o sr.denunciou como os bancos suíços operavam, o HSBC está hoje no centro das atenções mundiais. Isso o surpreende?
 Não. A história que estamos escutando é, no fundo, a normalidade helvética mais banal. Essa é apenas a normalidade banal e cotidiana da Suíça e a ponta do iceberg. E o pior é que vai continuar.
 Como assim?
 Existe uma corrupção institucional na Suíça. Na maioria dos países, o órgão que regula os bancos é uma entidade estatal. Na Suíça, trata-se de uma empresa semi-privada e que é paga pelos bancos. Uma agência que regula bancos bancada pelos bancos. Há ainda um segundo aspecto. A lista de pessoas com contas no HSBC já era de conhecimento das autoridades suíças desde 2012, quando a relação de contas circulou entre os governos. Berna sabia que o dinheiro vinha das drogas colombianas, da máfia, do terrorismo e da lavagem de dinheiro. Mas até hoje nenhum processo foi aberto.
 Como um país que se apresenta como uma democracia perfeita vive uma situação dessas com seus bancos?
 Já em 1990 eu citei uma frase de Jean-Jacques Rousseau no meu livro: os ricos andam com a lei sempre dentro de seus bolsos. Mas a realidade é que existe uma explicação mais complexa. A Suíça é uma democracia onde não existe a ideia da incompatibilidade de funções no Parlamento. Ou seja, um deputado não ganha um salário para ser deputado. Apenas uma ajuda de custo e precisa manter seu emprego. E quem são os deputados suíços? Pequenos comerciantes, agricultores, profissionais liberais e até donas de casa. De repente, essas pessoas passaram a ser convidadas a fazer parte do conselho de empresas. Isso fez com que o Parlamento fosse colonizado por multinacionais e bancos. No Parlamento, quem sempre tem maioria são os bancos.
 E como isso dificulta qualquer tipo de ação de regulação?
 No caso dos bancos, isso significa que as reformas do sistema financeiro praticamente não existem como iniciativas internas da Suíça. Dou um exemplo. Na crise financeira, o governo resgatou o UBS com US$ 61 bilhões. Agora, a ideia era de que o banco fosse reformado. Mas nada disso ocorreu. No Parlamento, foi impossível aprovar qualquer coisa que não seja antes aprovada pelos bancos.
 De onde vem esse poder dos bancos na Suíça?
 A raiz disso é ainda o papel que tivemos na Segunda Guerra e a cumplicidade com o regime de Hitler. Desde então, temos as maiores fortunas do mundo. Hoje, 27% da riqueza global está na Suíça. Mas como é que podemos estar entre os dez maiores PIBs do mundo em termos per capita e viver num país sem recursos naturais? Aqui, a matéria-prima se chama dinheiro estrangeiro, que vem de fraudadores internacionais, dinheiro do crime ou dinheiro do sangue, que é como eu chamo o dinheiro das ditaduras.
 Mas os bancos tiveram de mudar recentemente, com novos controles.
 O único golpe, ironicamente, veio dos EUA, que os ameaçou. Os bancos foram alertados que ou pagavam multas e mudavam suas práticas ou simplesmente Wall Street se fecharia a eles, o que significaria sua falência.
 Diante da pressão americana, o segredo bancário vai sobreviver?
 Essa é talvez a maior mentira de todas, a de que o segredo bancário está acabando. A Suíça foi obrigada a assinar um acordo internacional pelo qual está de acordo em trocar informações sobre correntistas a partir de 2018. Mas partidos já iniciaram uma campanha para realizar um referendo contra o acordo e não há qualquer garantia de que essa troca de informação vá ocorrer. Pior que isso, mesmo que a troca de informações ocorra, não será nada fácil saber quem está por trás de uma offshore com contas em Genebra e sede no Panamá.
 Como se sentem as autoridades suíças hoje, diante da pressão mundial?
 Os suíços estão sofrendo muito. Para os calvinistas, ser criticado em público é um grande trauma. A reputação é tudo e se cultivou por décadas que eles faziam tudo sempre bem. De repente, agora se sabe que não e, por isso, eles sofrem psicologicamente.
 Qual foi a reação local quando o seu livro saiu?
 Bom, fui alvo de nove processos e de uma campanha da imprensa contra a minha pessoa. Pela primeira vez desde 1939, o Parlamento retirou a imunidade de um deputado.
 O sr.foi ameaçado?
 Sim. Mas não saberia dizer por quem. Meu filho era pequeno e tínhamos de caminhar com escolta até a escola. Meu carro foi sabotado na estrada entre Lyon e Genebra. Sofri outros dois ataques. Perdi uma casa e, até hoje, a conta que recebe o dinheiro da renda do livro está bloqueada.
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