Que o ano de 2009 seja um tempo de graças e grandes conquistas. Que cada um possa fazer uma história mais fecunda diante de Deus e do mundo .
Um abraço fraterno. Nos encontraremos por aí, nesse "mundo de meu Deus".
Ir. Torres
Ir. Torres
Pré-Noviço Emerson
De modo especial, nesta semana, a questão da comunicação social, tem um tempero mais marcante. Estou me referindo à revista “Isto É” desta semana, que postou uma reportagem de Carina Rabelo, intitulada: “o avanço dos católicos na mídia”. É deplorável a superficialidade com que o assunto é tratado, desrespeitando a própria história da comunicação da Igreja no Brasil, por outro lado, também é lastimável a leitura subjacente dos conteúdos eclesiais que a editoria da Revista reforça. A Igreja de Dom Helder, de Dom Luciano, de Dom Arns, de Dom Lorscheider...entre outros(as) profetas das causas do povo brasileiro, ficou para trás. Que pena! Melhor, que perda! Para trás ficaram também os jornalistas que de fato se comprometiam com as realidades das pessoas marginalizadas e que possuíam conhecimento do mundo e dos entremeios não ditos e articulados para deflagrar a sociedade. A educação é cada vez mais um processo individual e superficial, onde a cobertura do bolo é o todo – que prejuízo! O mais interessante ficou para trás: “ninguém me mostrou, o tempo não deu, eu nem vi”... depois não reclama das conseqüências. Quem come só a cobertura está se empanturrando de gordura hidrogenada, açúcares, corantes artificiais.
RELIGIÃO “O avanço dos católicos na mídia”. ISTOÉ. 17 de setembro de 2008. Ano 31. N. 2028
“O avanço dos católicos na mídia” fala quase exclusivamente dos padres que são recordistas de “venda”, o enfoque é o estrelado e o lucro e aposta da indústria secular sobre o produto religioso. O avanço apresentado se restringe ao aparecimento de padres na televisão e sua respectiva capacidade de vender. Outros avanços nem sequer de longe foram acenados. A comunicação da Igreja no Brasil é mais antiga do que se pensa: em 1900 os missionários redentoristas alemães já fundavam a Editora Santuário, em 19 de fevereiro de 1972 a TV Difusora, emissora da Igreja Católica, entrou para a história quando fez a primeira transmissão de tv em cores do Brasil. O evento transmitido foi a Festa da uva realizada em Caxias do Sul, RS. Recentemente, em março deste ano, o papa Bento XVI realizou uma videoconferência com jovens de vários países e diferentes continentes, inclusive o Brasil (Aparecida-SP), lançando mão dos últimos recursos tecnológicos: uma rede de satélite interligando e propiciando a participação dos jovens em real time (transmissão de imagens e áudio). Muito além de tecnologias a Igreja há dantes debruça-se sobre o mundo da comunicação:
INSTRUÇÃO PASTORAL - "COMMUNIO ET PROGRESSIO" (1972)
N. 127. “A necessidade desta linha de conduta impõe-se pelo facto de o homem hodierno viver imerso nas ondas da comunicação social, que jogam um papel de primeira importância na formação das suas mais profundas convicções, mesmo religiosas”.
EVANGELII NUNTIANDI” - DO PAPA PAULO VI (1975) Utilização dos "mass media"
N. 45. “No nosso século tão marcado pelos "mass media" ou meios de comunicação social, o primeiro anúncio, a catequese ou o aprofundamento ulterior da fé, não podem deixar de se servir destes meios conforme já tivemos ocasião de acentuar”.
A comunicação para a Igreja Católica não é um negócio empresarial, mas uma forma de fazer acontecer a mesma proposta de dois mil anos atrás. A comunicação é assumida a partir do conteúdo da revelação de Jesus Cristo, que se fundamenta na realização humana, na dignidade de sermos e vivermos como filhos e filhas de Deus. Por isso o discurso da Igreja e de seus representantes não pode ser enganador, nem pode ofuscar a Palavra de Deus, que é o centro, a trama principal da comunicação cristã. Anunciar a si mesmo é falso, por que por si mesmo nada pode a pessoa humana. Se somos, somos em Cristo que nos redimiu, em Deus que nos criou e no Espírito que nos desinstala. Outrora, na igreja primitiva, os discípulos de Jesus Cristo foram reconhecidos porque era latente, verdadeiro, transparente, o amor que viviam. De fato eles se amavam. A proposta de amor continua a mesma, inclusive na comunicação, que como novo areópago, deve transparecer o amor verdadeiro – que dá sentido à vida.
O Papa João Paulo II, na sua Carta Encíclica Redemptoris Missio (n. 37) define a comunicação como «o moderno areópago».
Os desafios se apresentam adiante. A Igreja é desafiada a corresponder ao novo mundo informatizado, tecnologizado, sumamente urbano – um mundo “sem fronteiras”(Tim – telefonia), mas ao mesmo tempo solitário e carente ao extremo. A este mundo a Igreja ainda pode não saber falar, mas nele já está, a prova contundente são as experimentações: padres e bispos midiáticos, venda de CDs, aquisição de canais (rádio e TV), portais de internet, produtos virtuais (velas), estudo de teologia à distância, scraps religiosos, informativos online, bancos de endereço (mailling), associação ao mundo secular (empresas, estratégias, atores), e daí por diante. Este mundo não é o globalizado? Globalizado é quem está numa rede, fala uma mesma língua – que é bem diferente da língua e da linguagem de pentecostes, uma usa a vida, a outra insufla vida, respectivamente. Se é uma rede, somos todos, bilhões “peixes” arrastados por poucos “pescadores” – pelos detentores da tecnologia. O mais difícil ainda, como Igreja, é remar contra a maré, é ter consciência crítica, é ter profundidade, porque na verdade a globalização (processo de informatização) faz todos iguais e nós, Igreja, estamos nos tornando iguais a todos. Perde-se a vocação quando somos iguais, não porque pretensamente pensamos ser melhores – aqui a questão é de identidade e não de hierarquia, mas porque devemos conservar a mística do amor...lá da igreja primitiva. Só com a garantia da mística internalizada poderemos fazer comunicação, inclusive com recursos hodiernos. Os meios funecem e a Palavra permanece.
“Usar para tal fim as linguagens todas e cada vez mais belas e primorosas de que dispõem os media é uma tarefa grandiosa, confiada em primeiro lugar aos responsáveis e operadores do sector. Mas tal tarefa, de algum modo, diz respeito a todos nós, porque todos, nesta época da globalização, somos utentes e operadores de comunicações sociais. Os novos media, sobretudo telefonia e internet, estão a modificar a própria fisionomia da comunicação, e talvez esta seja uma ocasião preciosa para a redesenhar, ou seja, para tornar mais visíveis, como disse o meu venerado predecessor João Paulo II, os traços essenciais e irrenunciáveis da verdade sobre a pessoa humana” MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O 42º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS. Domingo, 4 de Maio de 2008. “Os meios de comunicação social: na encruzilhada entre protagonismo e serviço. Buscar a verdade para partilhá-la”.
Mas com certeza, uma pessoa muito especial, que reza por suia vocação todos os dias, não pode ficar esquecida: é a Neide, de Arapiraca-AL. Pense num apessoa feliz , agradável e generosa...! Pensou? Pronto. Neste aniversário, as orações de sua madrinha certamente dobrarão (para a sua conversão).
Abração!
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Abraço
Irmão Torres